Museu de Arte de São Paulo

O primeiro museu brasileiro que se dedicou à arte moderna foi o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, inaugurado em 2 de outubro de 1947. Foi fundado por Assis Chateaubriand, jornalista paraibano e proprietário dos Diários e Emissoras Associadas, e pelo crítico de arte italiano Pietro Maria Bardi, recém-chegado no Brasil. Inicialmente, o Masp instalou-se em quatro andares do edifício dos Diários Associados, na Rua 7 de Abril, 230.

Praticamente todo o acervo do museu (cerca de 5 mil obras) foi adquirido de 1946 a 1957. O objetivo de Assis Chateaubriand era reunir um acervo com vistas a “uma casa de pintura e escultura, para formar o interesse de nossa gente pelas artes plásticas”.

“Trata-se da maior coleção de pintura ocidental conservada na América Latina.”26 Aproveitando-se das ofertas do mercado de arte europeu do pós-guerra, o Masp adquiriu obras fundamentais da história da arte ocidental: dos pintores Rafael, Botticceli e Bellini, da escola italiana; dos pintores flamengos Rembrandt, Frans Hals, Cranach; dos pintores espanhóis Velazquéz e Goya; dos pintores ingleses Turner e Constable; dos franceses Delacroix, Renoir, Manet, Monet, Cézanne, Toulouse-Lautrec; de Van Gogh; e de pintores brasileiros e estrangeiros que trabalharam no Brasil, como Post, Eckhout, Debret, Taunay, Pedro Américo, Segall, Di Cavalcanti, Portinari, entre outros. Além disso, destaca-se no acervo a coleção completa de esculturas de bronze de Edgar Degas, feitas em tiragem de 73 peças. Logo a sede do museu ficou muito pequena para abrigar toda a coleção.

A nova sede na Avenida Paulista foi projetada pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi. Segundo ela, “os museus novos devem abrir suas portas, deixar entrar o ar puro, a luz nova. Entre passado e presente não há solução de continuidade. É necessário entrosar a vida moderna, infelizmente melancólica e distraída por toda espécie de pesadelos, na grande e nobre corrente da arte”.

O Masp foi construído de 1956 a 1968, em terreno doado para a Prefeitura, no antigo Belvedere do Trianon, na Avenida Paulista. Em sua inauguração, em novembro de 1968, esteve presente a rainha Elizabeth II, da Inglaterra.



Buscando preservar a vista do centro da cidade, a arquiteta projetou um edifício em forma de caixa, sustentado por quatro pilares, com um vão livre de 74 metros e 8 metros de altura. “Não procurei a beleza”, diz Lina, “procurei a liberdade.”

O acabamento do edifício é simples. “Concreto à vista, caiação, piso de pedra-goiás para o grande Hall Cívico, vidro temperado, paredes plásticas. Os pisos são de borracha preta tipo industrial. O Belvedere é uma ‘praça’, com plantas e flores em volta, pavimentada com paralelepípedos na tradição ibérico-brasileira. Há também áreas com água, pequenos espelhos com plantas aquáticas”, descreve Lina Bo Bardi.

Marco cultural da cidade de São Paulo, o Masp mantém atualmente pinacoteca, biblioteca (com mais de 30 mil volumes), fototeca, filmoteca, videoteca, curso de artes, dois auditórios destinados à música, cinema e palestras, loja, oficinas e restaurante, além de um serviço educativo de apoio aos eventos culturais.